12 anos.
Um dúzia.
A adolescência.
12 anos é o que faz lembrar, não é?
No meu coração, não.
São 12 anos sem ti. 12 anos de memória daquela dor, que até hoje não tem igual.
Na maioria dos meus dias, desde que te fiz o luto, tudo e o mais que recordo é o teu sorriso. A tua gargalhada. O teu olhar matreiro, de criança-grande, "presa" num corpo de 73 anos.
Na maioria dos meus dias, sem ti, recordo o Amor, com Letra Grande. Sem limites. O orgulho enorme, que sinto saltar-me do peito, quando te sinto na minha memória. Porque só tu me mostraste sentimentos assim.
Na maioria dos dias que passaram, em 12 anos anos... as perguntas vão variando... salvaste a mãe? Orgulhas-te de mim? O teu bisneto é lindo, não é? Tens saudades nossas?
Hoje, longe do teu corpo, mas sempre contigo na mente e no coração, vou acender-te uma velinha, lá em casa. Na minha casa. No nosso cantinho.
O corpo está longe, mas o Amor nunca.
Este ano sei que tens companhia. Tens o Botinhas, ao teu lado, na tua nuvem, a ronronar, e a fazer-te companhia.
Avô-Anjo, escrevo-te este texto de lágrimas nos olhos. Mas são lágrimas de Amor e saudade, nunca lágrimas de tristeza.